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Jovem trans teve braços e pernas quebradas antes de ser jogada em rio para se afogar; veja vídeo

Mundo – Um crime brutal chocou a Colômbia e reacendeu o alerta sobre a violência contra a população trans no país. Sara Millerey González, uma mulher trans de 32 anos, foi assassinada de forma bárbara no início de abril, no município de Bello, ao norte de Medellín. Seus agressores quebraram seus braços e pernas antes de jogá-la, ainda viva, no barranco de Playa Rica, um afluente onde ela acabou se afogando, incapaz de se salvar apesar de seus apelos desesperados. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra os momentos finais da vítima, intensificando a comoção e a revolta da comunidade.

O ataque, ocorrido em 4 de abril, foi marcado por uma crueldade extrema. Sara foi resgatada com vida, mas sucumbiu aos ferimentos no dia seguinte, 5 de abril, devido à gravidade das lesões. A notícia de sua morte, confirmada na tarde de domingo (6), gerou uma onda de luto entre familiares, amigos e ativistas LGBTI+ de Antioquia, que agora exigem justiça para “Sara la Millerey”, como era carinhosamente chamada. Nas redes sociais, relatos descrevem suas últimas horas como “dignas de um filme de terror”, com os criminosos imobilizando-a para garantir que não escapasse da armadilha mortal.

Veja o vídeo:

https://www.diarioro.com.br/wp-content/uploads/2025/04/67f578872023c.mp4

A violência contra Sara reflete um cenário alarmante na Colômbia. Segundo um relatório da Defensoria do Povo, publicado no final de 2024, os casos de agressões motivadas por preconceito contra pessoas transgênero e não binárias cresceram 29,6% entre janeiro e outubro do último ano, totalizando 258 registros. Antioquia está entre os departamentos mais afetados, ao lado de Norte de Santander, Santander, Meta e Valle del Cauca. A Procuradoria-Geral da República também reportou 26 assassinatos de pessoas trans em 2024, uma média de dois por mês, evidenciando a escalada da violência e a persistência da impunidade.

O presidente Gustavo Petro reagiu ao crime, pedindo rapidez na investigação. “Esse tipo de maldade não pode ficar sem resposta. Que a justiça atue com celeridade”, declarou. A Fiscalía General oferece uma recompensa de 100 milhões de pesos colombianos por informações que levem aos responsáveis, mas, até o momento, nenhum suspeito foi identificado. O prefeito de Bello anunciou um reforço de 50 milhões de pesos à recompensa, enquanto a comunidade LGBTI+ pressiona por avanços no caso, apontando a transfobia como possível motivação.

Ativistas destacam que o assassinato de Sara é mais um lembrete das barreiras enfrentadas pela população trans na Colômbia. Apesar de avanços legais, como o reconhecimento de direitos constitucionais, a Defensoria do Povo critica a falta de políticas públicas eficazes. “O progresso não protege vidas se não houver ações concretas”, diz o relatório, que recomenda a implementação do “Mecanismo de Prevenção e Resposta Integral à Violência e Atos de Discriminação contra a População LGBTIQ+” para coordenar esforços contra essa crise.

Fonte: Gomes / CM7

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