Terça-feira, Abril 15, 2025
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Trump eleva apostas na Guerra Comercial contra a China: tarifas podem chegar a 84%

Brasil – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, intensificou nesta segunda-feira (7) a já acirrada guerra comercial com a China, ameaçando impor tarifas adicionais de 50% sobre todas as importações chinesas. A medida, anunciada em uma postagem em rede social, é uma resposta direta à retaliação de Pequim, que na semana passada aplicou tarifas de 34% sobre produtos americanos e restringiu a exportação de terras raras, minerais essenciais para a indústria tecnológica global. Caso a ameaça de Trump se concretize, as taxas sobre bens chineses nos EUA podem chegar a impressionantes 84% a partir de 9 de abril.

“Se a China não retirar seu aumento de 34% acima de seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os Estados Unidos imporão Tarifas ADICIONAIS à China de 50%, com efeito em 9 de abril”, declarou Trump. Ele também anunciou o fim das negociações com Pequim, sinalizando uma mudança de foco para outros parceiros comerciais. “As negociações com outros países, que também solicitaram reuniões, começarão a ocorrer imediatamente”, acrescentou.

A escalada teve início no dia 2 de abril, quando os EUA impuseram uma tarifa adicional de 34% sobre produtos chineses, como parte de uma política mais ampla que atinge todos os seus parceiros comerciais. A China respondeu rapidamente, igualando as tarifas sobre bens americanos e adotando medidas como a proibição de comércio com 16 empresas dos EUA e a restrição de exportação de terras raras, o que gerou alarme em setores como tecnologia e defesa.

A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo tem gerado ondas de choque nos mercados globais. Bolsas de valores em Nova York, Londres e Tóquio registraram quedas expressivas nesta segunda-feira, refletindo a incerteza sobre o futuro do comércio internacional. Analistas alertam que a escalada pode aumentar os preços de bens de consumo nos EUA, desde eletrônicos até roupas, enquanto a China pode enfrentar dificuldades para escoar seus produtos em um mercado que, embora menos crucial do que no passado, ainda é significativo.

Trump, no entanto, parece determinado a manter sua postura agressiva, que ele defende como uma forma de corrigir desequilíbrios comerciais históricos. Durante um discurso no Rose Garden da Casa Branca na semana passada, o presidente justificou as tarifas como uma medida para “proteger os trabalhadores americanos e trazer de volta a grandeza dos EUA”.

Do outro lado do Pacífico, o governo chinês busca transmitir calma. Em um editorial publicado no domingo (6) pelo Diário do Povo, jornal ligado ao Partido Comunista Chinês (PCC), Pequim minimizou o impacto das tarifas americanas. “Diante do impacto da intimidação tarifária dos EUA, temos grande capacidade de suportar a pressão”, afirmou o texto. O jornal destacou que a dependência da China do mercado americano diminuiu nos últimos anos, com as exportações para os EUA caindo de 19,2% do total em 2018 para 14,7% em 2024, graças à diversificação de mercados.

Apesar do tom otimista, analistas apontam que as restrições às terras raras podem ser uma arma de dois gumes. Embora possam pressionar os EUA, que dependem desses minerais para tecnologias de ponta, a medida também pode prejudicar cadeias de suprimento globais das quais a própria China faz parte.

Fonte: Gomes / CM7

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