Brasil – A manhã desta terça-feira (8) amanheceu com um forte golpe contra a corrupção em Roraima. A Polícia Federal deflagrou a Operação Cisne Negro, revelando um dos maiores escândalos envolvendo desvio de verbas públicas da história recente do estado. No epicentro da investigação está a Universidade Estadual de Roraima (UERR), instituição que deveria ser símbolo de ensino, conhecimento e futuro – mas que, segundo a PF, se tornou palco de um esquema milionário de fraudes e corrupção.
As investigações apontam para um complexo esquema criminoso que envolvia o direcionamento de licitações para beneficiar uma empresa de engenharia específica, com contratos superfaturados e execução duvidosa dos serviços. Estima-se que o rombo nos cofres públicos ultrapasse a marca dos R$ 100 milhões – recursos que deveriam ter sido investidos na educação, na formação de jovens e no fortalecimento da universidade, mas que, ao que tudo indica, serviram para o enriquecimento ilícito de membros de uma organização criminosa instalada nas entranhas da administração pública.
A Cisne Negro é fruto do aprofundamento de uma apreensão realizada em agosto de 2023, quando a PF encontrou mais de R$ 3 milhões em espécie – um indício claro de movimentações financeiras suspeitas e ocultação de patrimônio. Desde então, o trabalho minucioso dos investigadores revelou uma teia de corrupção que agora começa a ser desmantelada.
Nesta manhã, agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão, sequestro de bens e veículos, bloqueio de valores e até imposição de tornozeleiras eletrônicas contra os suspeitos. As medidas foram determinadas pela Justiça Estadual de Roraima e visam frear o avanço do esquema e garantir a responsabilização dos envolvidos.
A operação não apenas expõe um possível desvio monumental de recursos, como também lança luz sobre a fragilidade dos mecanismos de fiscalização e controle em instituições públicas. Em tempos de crise na educação e constantes cortes orçamentários, a notícia de que milhões foram desviados de uma universidade pública revolta e indigna a sociedade roraimense – e o país inteiro.
O nome da operação, Cisne Negro, faz referência a eventos raros, inesperados e de grande impacto. Mas a pergunta que ecoa agora é: até quando os cofres públicos continuarão sendo alvo de organizações criminosas travestidas de gestores? Até quando a corrupção vai imperar impunemente onde deveria habitar a esperança de um futuro melhor?
A sociedade clama por respostas. A justiça, por sua vez, precisa garantir que os responsáveis sejam punidos com todo o rigor da lei. E a Universidade Estadual de Roraima, manchada por esse escândalo, terá um longo caminho de reconstrução e resgate da confiança pública.
A Polícia Federal segue com as investigações.
Fonte: Souza / CM7