Entre os reflexos mais visíveis da cheia está a situação da BR-425, uma das principais rodovias de acesso ao interior do Estado e fundamental para o escoamento da produção local
Após a severa seca enfrentada em 2023 — considerada a pior desde 1967 — o rio Madeira volta a preocupar autoridades e a população com um novo cenário: o de cheia. O volume das chuvas registrado desde o início do ano provocou uma elevação significativa no nível do rio, que ultrapassou a cota de alerta de 15 metros em Porto Velho e hoje marca 16,71 metros.
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), as chuvas intensas e concentradas, especialmente durante a primeira quinzena de março, foram determinantes para o atual cenário. No entanto, apesar do nível elevado, não há previsão de uma descida rápida do rio.
— “Apesar da tendência de subida persistente, o ritmo deve desacelerar nos próximos dias. A previsão indica uma redução na intensidade das chuvas, que agora ocorrem de forma mais espaçada e intercalada”, explicou Marcus Suassuna, pesquisador em geologia do SGB. Ele destaca que a vazante deve começar apenas ao longo das próximas semanas, com a estabilização gradual do nível do Madeira.
Monitoramento Reforçado
Diante da situação, o SGB intensificou o monitoramento hidrológico da bacia do rio Madeira, passando a emitir boletins de alerta três vezes por semana — sempre às segundas, quartas e sextas-feiras — enquanto perdurar o estado de atenção. O objetivo é manter a população e os órgãos públicos informados sobre os riscos e possíveis impactos da cheia.
Impacto nas Estradas
Entre os reflexos mais visíveis da cheia está a situação da BR-425, uma das principais rodovias de acesso ao interior do Estado e fundamental para o escoamento da produção local. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) já enfrenta desafios logísticos, com trechos comprometidos e a necessidade de implementar desvios em estradas estaduais próximas.
A previsão, segundo o SGB, é de que o nível do rio continue elevado por mais alguns dias, com uma descida gradual prevista apenas para o final do período chuvoso. Até que o Madeira volte a níveis considerados seguros, o estado de atenção será mantido, e o monitoramento seguirá em ritmo intensificado.
Fonte: JH Notícias