Terça-feira, Abril 1, 2025
spot_img
InícioPOLICIALPilantra: Homem perde a guarda dos filhos após usar crianças em golpe...

Pilantra: Homem perde a guarda dos filhos após usar crianças em golpe do Pix

Amazonas – Um caso chocante abalou a cidade de Codajás, no interior do Amazonas, trazendo à tona uma trama de manipulação e crime que culminou na perda da guarda compartilhada de um pai sobre seus filhos.

Em uma decisão judicial que está repercutindo por todo o estado, a Justiça determinou a suspensão do direito de guarda de um homem que utilizou os próprios filhos, menores de idade, para aplicar o chamado “golpe do falso Pix” em comerciantes locais. O episódio expõe não apenas a audácia criminosa, mas também os limites éticos de um genitor que colocou interesses financeiros acima do bem-estar da prole.

Segundo informações apuradas, o pai, cuja identidade não foi revelada para proteger os menores envolvidos, orientava os filhos a realizar compras em estabelecimentos comerciais da cidade, apresentando comprovantes falsos de pagamento via Pix.A estratégia, inicialmente bem-sucedida, permitiu que a família levasse produtos sem efetuar o pagamento real, enganando lojistas desavisados. No entanto, a farsa foi descoberta quando comerciantes, ao perceberem a ausência dos valores em suas contas, acionaram as autoridades.

A investigação conduzida pela Polícia Civil revelou um esquema meticuloso: os menores, sob as ordens do pai, desempenhavam papéis específicos, aproveitando-se da confiança que sua pouca idade inspirava. “É um caso revoltante. Envolver crianças em práticas criminosas não apenas viola a lei, mas destrói a essência do que significa ser um responsável”, declarou uma fonte próxima ao caso. Os golpes teriam gerado prejuízos significativos na pequena economia local, onde a relação de confiança entre moradores é um pilar fundamental. Diante da gravidade dos fatos, a mãe das crianças, que dividia a guarda com o ex-companheiro, entrou com um pedido judicial para proteger os filhos e reverter a situação. O juiz responsável pelo caso não hesitou: além de suspender a guarda compartilhada, determinou que o pai perdesse o direito de convivência com os menores até que as investigações sejam concluídas. A decisão foi embasada no princípio do melhor interesse da criança, previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prioriza a segurança e o desenvolvimento saudável dos menores acima de qualquer vínculo parental. O caso reacende o debate sobre os limites da guarda compartilhada, um modelo que, desde a Lei nº 13.058/2014, é a regra no Brasil quando ambos os pais são considerados aptos. Especialistas apontam que situações como essa evidenciam a necessidade de avaliação contínua da conduta dos genitores. “A guarda compartilhada pressupõe responsabilidade mútua, mas quando um dos pais usa os filhos como instrumentos de crime, o sistema precisa intervir com rigor”, afirmou a advogada de família Mariana Costa, em entrevista à nossa reportagem. Enquanto o processo criminal segue em andamento, a comunidade de Codajás tenta se recuperar do impacto. Comerciantes lesados lamentam as perdas, mas também expressam alívio com a ação da Justiça. “Ele manchou a confiança que tínhamos. Espero que as crianças fiquem bem, elas não têm culpa”, desabafou um lojista que preferiu não se identificar.

A história serve como alerta: o uso de novas tecnologias, como o Pix, tem facilitado a ação de golpistas, mas quando envolve a exploração de menores por aqueles que deveriam protegê-los, o crime ganha contornos ainda mais sombrios. Em Codajás, o que era para ser uma relação de cuidado transformou-se em um pesadelo judicial, deixando marcas que dificilmente serão apagadas.

Fonte: Gomes / CM7

ÚLTIMAS NOTÍCIAS