Executado foi acusado de ameaçar sequestrar parentes da juíza da Vara de Execuções Penais (VEP) do DF, Leila Cury, em dezembro de 2023
Alvo de uma operação desencadeada pela 18ª Delegacia de Polícia (Brazlândia), um suspeito de ser ex-integrante da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e que teria ameaçado sequestrar parentes da juíza da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, Leila Cury, em dezembro de 2023, foi executado a tiros, em 25 de janeiro último.
A vítima – que não teve o nome divulgado – morreu após levar quatro tiros, no Setor de Oficinas de Brazlândia. O autor do assassinato, que está foragido, foi identificado como Paulo Henrique Brotas de Oliveira.
O homem assassinado trabalhava em uma oficina mecânica, segundo as investigações, quando o autor do crime se aproximou em uma bicicleta e a matou. A vítima morreu na hora. As investigações seguiram em sigilo e, na manhã dessa terça-feira (26/3), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) concluiu a investigação, descartando qualquer ação do PCC.
A coluna Na Mira apurou que o autor e a vítima alugavam a oficina mecânica, mas tiveram um desentendimento dias antes do ocorrido, relacionado ao uso do espaço aos sábados. Essa teria sido a motivação para o crime – confirmada, inclusive, por testemunhas.
Operação Sicário
Em novembro de 2024, policiais civis da 18ª DP cumpriram buscas na casa da vítima, devido à suspeita de crime de pertencimento à facção do PCC, durante a Operação Sicário. À época, os investigadores chegaram a encontrar anotações antigas sobre a organização criminosa, mas não foram detectadas ordens de ataques que teriam partido do Primeiro Comando da Capital contra a magistrada ou parentes dela.
Formalmente interrogada, a vítima contou que havia deixado o PCC e que o processo de desligamento durou um ano, baseado na iniciação religiosa do ex-faccionado.
Em 2018, quando ainda integrava o PCC, a vítima foi investigada, junto a Walter Pereira de Lima Júnior, conhecido como “Waltinho”, por fazer ameaças à família da juíza Leila Cury, titular da Vara de Execuções Penais.
Naquele ano, a antiga Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe) – atualmente Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Sape) – interceptou uma correspondência que mencionava parentes da magistrada da VEP. O manuscrito teria sido produzido pela vítima e por Walter.
Na carta, a facção deixava clara a intenção de sequestrar algum parente da juíza, para coagi-la a expedir alvarás de soltura para integrantes do PCC. À época, as investigações foram coordenadas pela extinta Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco).
Metrópoles