Em agenda oficial no Senado Federal, a deputada estadual Dra. Taíssa Sousa (Podemos) participou de uma importante reunião da Comissão de Infraestrutura para discutir a concessão da BR-364 em Rondônia. O debate foi um pedido do presidente do colegiado, senador Marcos Rogério (PL-RO) e contou com a presença do senador Jaime Bagattoli (PL-RO) de outros parlamentares e autoridades ligadas à área de transportes e infraestrutura.

A concessão da BR-364, que compreende o trecho entre Porto Velho e Vilhena, abrange cerca de 686,7 quilômetros de extensão. O leilão da rodovia foi realizado em fevereiro deste ano, e o consórcio vencedor ficará responsável pela administração da estrada pelos próximos 30 anos.

Entre as intervenções previstas no contrato estão a duplicação de 107 quilômetros, a construção de terceira faixa em aproximadamente 197 quilômetros, instalação de passarelas, melhorias no pavimento e sinalização, além de outros ajustes. No entanto, um dos pontos que mais tem gerado polêmica em Rondônia é a instalação de sete praças de pedágio ao longo da rodovia, com tarifas previstas que podem estar entre as mais caras do país.

Durante sua fala na comissão, a deputada Dra. Taíssa Sousa expressou preocupação com a falta de diálogo mais amplo com a população e questionou a realização de audiências públicas apenas nas cidades de Porto Velho e Vilhena, apesar de o estado possuir 52 municípios e 7 regiões.

“Sou da região de Guajará-Mirim, Nova Mamoré, do Madeira Mamoré. Mesmo sabendo que lá não vai ter praça de pedágio, nós também seremos impactados. Rondônia não é contra o desenvolvimento, até porque precisamos da duplicação há muito tempo, mas saber que a duplicação e a terceira faixa não chegam nem a 43% do que é necessário é algo preocupante. Por que não aumentaram esse percentual?”, indagou.

A deputada também cobrou explicações técnicas sobre os investimentos previamente realizados pelo DNIT como o trecho do perímetro urbano de Itapuã do Oeste e de Jaru, e se eles foram levados em consideração no projeto atual da concessão: “Gostaria de saber se, no momento das audiências públicas, já estavam contabilizadas essas obras do DNIT, ou se o projeto apresentado posteriormente é diferente do que a população teve acesso. Isso precisa ser esclarecido.”

Outro ponto levantado por Dra. Taíssa foi o cronograma de execução das obras. Segundo ela, a previsão de que apenas 14 km sejam duplicados nos primeiros quatro anos da concessão levanta dúvidas sobre os reais benefícios a curto prazo. “Também gostaria de saber quanto isso vai impactar financeiramente o produtor rural e todos que trafegam pela BR-364”, completou.

A atuação da deputada reforça sua postura vigilante e comprometida com os interesses da população rondoniense, especialmente diante de decisões que podem afetar diretamente a economia, a mobilidade e o direito de ir e vir dos cidadãos.


Texto: Luís Gustavo | Assessoria Parlamentar
Foto: Assessoria Parlamentar