Aos 95 anos, Fernanda Montenegro protagoniza o filme Vitória, longa dirigido pelo genro, Andrucha Waddington.
Aos 95 anos de idade, Fernanda Montenegro estrela o filme Vitória, dirigido por Andrucha Waddington, marido de Fernanda Torres. Na produção, ela vive Joana da Paz, uma mulher que filmou e denunciou a movimentação de traficantes em uma favela do Rio de Janeiro. Na pré-estreia da produção, a atriz comentou sobre a longevidade no audiovisual brasileiro.
“Tenho uma vida de palco, praticamente 80 anos de palco. Muito especial essa noite, esse filme chamado Vitória, em torno dessa temática que essa mulher viveu de uma forma tão corajosa e tão assinada e nada demagógica. O acaso nos reuniu aqui nesse palco, onde eu já estive algumas vezes. Posso dizer o quê? Deus tarda, mas não falha”, declarou.
Fernanda Montenegro destacou, ainda, a resiliência dela na atuação. “Na idade que eu estou, posso até continuar fazendo minhas leituras em palcos como sempre, já estou fazendo há bastante tempo, mas cinema pede físico, pede fôlego. É um momento muito especial”, explicou.
A atriz relembrou que o filme começou a ser feito durante a pandemia de Covid-19 e enfatizou a complicação nas filmagens, já que muitos membros da equipe, incluindo ela, contraíram a doença.
Ela elogiou a forma como o filme foi feito. “Encontramos uma maneira de representar de uma forma não demagógica, uma coisa direta, limpa, uma interação de atuação sujeito, verbo, predicado, está entendendo? Sem nenhuma demonstração do que queremos demonstrar no filme, porque o tema também pedia isso. Mas fizemos de uma forma muito religiosa o filme, de uma forma muito mística e sem nenhuma demagogia interpretativa”, explicou.
Fernanda Montenegro aproveitou para elogiar o genro, Andrucha, pela direção do filme. “A gente pode até acontecer de uma maneira milagrosa, espantosa, mas é o diretor que opta pelo que vai, pelo que não vai, a temática que vai por um caminho ou por outro, algo que deva ser mais delicado, vem mais à tona, o que deveria, em princípio, estar violento, vai mais delicado. Eu agradeço aqui a você, Andrucha”, disse.
Por fim, o marido de Fernanda Torres relembrou que a direção, inicialmente, era de Breno Silveira, que morreu em 2022, aos 52 anos, após sofrer um infarto. “Na noite em que ele faleceu, fui na casa dele, e a Paula, sua esposa na época, me pegou e pediu para fazer esse filme. É uma homenagem a ele e a Dona Joana, que também faleceu, dois meses depois”, completou.