Sábado, Março 15, 2025
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Estudante processa professores após se formar sem saber ler ou escrever

A estudante de 19 anos alega negligência e abuso durante sua jornada escolar. O caso aconteceu em Hartford, Connecticut (EUA).


Uma adolescente de 19 anos tomou uma atitude drástica ao processar o Conselho de Educação de Connecticut e outros envolvidos em sua formação acadêmica. Aleysha Ortiz, que concluiu o ensino médio sem saber ler ou escrever, acusa o sistema escolar de negligência e abuso, afirmando que seus pedidos por ajuda foram ignorados por anos.

Ortiz, que frequentou as Escolas Públicas de Hartford, afirma que seu direito à educação foi comprometido. “Meu tempo nas Escolas Públicas de Hartford foi um período que não desejo a ninguém”, declarou a jovem à WTNH.

A jovem chegou aos Estados Unidos vinda de Porto Rico ainda na primeira infância, enfrentando desafios linguísticos e acadêmicos. Além da barreira do idioma, Ortiz também lidava com dislexia, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e um impedimento de fala, condições que exigiam suporte especializado.

Descaso e humilhação

Segundo o processo, Ortiz sempre alertou seus professores sobre suas dificuldades. “Todo primeiro dia de aula, eu dizia ao professor que não sabia ler nem escrever, para que fossem pacientes comigo”, relatou. No entanto, em vez de receber apoio, a jovem afirma que enfrentou intimidação, assédio e negligência. Entre as acusações, está a conduta da professora de educação especial Tilda Santiago, que, segundo Ortiz, “gritava, menosprezava e humilhava” a aluna na frente de colegas e outros professores.

O impacto emocional e acadêmico foi devastador. Sem perspectivas de apoio dentro da escola, Ortiz decidiu buscar soluções por conta própria. Usando ferramentas como gravações de áudio e conversão de fala para texto, dedicou-se ao aprendizado independente. “A primeira vez que tirei um ‘A’ foi muito emocionante”, relembra. “Às vezes, eu fingia um ‘A’, mas dessa vez eu realmente tinha conquistado.” Apesar dos obstáculos, Ortiz conseguiu se formar junto com seus colegas.

Um futuro de luta pela educação

Ortiz não quer que outros estudantes passem pelo mesmo que ela. Agora aceita na University of Connecticut, pretende se dedicar às políticas de educação especial e advocacia, buscando mudar o sistema que a falhou. “A educação é tão importante e acredito que esquecemos o verdadeiro significado dela”, afirmou.

Seu advogado, Anthony Spinella, destaca o impacto da negligência que Ortiz sofreu. “Os adultos que deveriam estar ajudando-a foram os mesmos que a prejudicaram”, declarou.

Ortiz está processando todas as partes envolvidas por uma quantia não revelada, buscando não apenas justiça para si, mas também conscientização sobre a importância de um ensino verdadeiramente inclusivo e eficiente.

Portal SGC

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