Nos últimos dois anos, os assaltos a ônibus caíram de forma significativa, reflexo de um trabalho conjunto entre o Sinetram e as forças de segurança.
O transporte coletivo de Manaus está mais seguro. Nos últimos dois anos, os assaltos a ônibus caíram de forma significativa, reflexo de um trabalho conjunto entre o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram) e as forças de segurança.
De acordo com dados do Sinetram, em 2023 foram registrados 1.499 roubos a coletivos na cidade. No ano seguinte, esse número caiu para 732, representando uma redução de 40%. A tendência de queda se manteve em 2025: apenas no mês de janeiro, foram registrados 33 assaltos, uma diminuição de 59% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Monitoramento e estratégia policial
O coordenador de operações do Sinetram, Tarcio Marques, explica que o monitoramento de assaltos foi intensificado desde 2023. “Passamos a quantificar essas ocorrências, identificando onde ocorriam, quais linhas e os horários mais críticos. Com esses dados, levamos a informação à polícia, que intensificou o patrulhamento, mas percebemos que era necessária uma investigação mais aprofundada. Assim, a Polícia Civil começou a atuar para desarticular quadrilhas, e os resultados foram imediatos”, destaca.
Os ônibus da capital também passaram a contar com monitoramento por câmeras, o que auxilia na identificação de criminosos e no suporte às investigações. Além disso, a troca de informações entre Sinetram e as forças de segurança tem sido essencial para a atuação policial.
O coronel Balbi, da Polícia Militar, explica que a segurança foi reforçada com a criação da Operação Catraca, que previne assaltos nos ônibus. “Criamos um sistema de estatísticas e análise criminal, cruzando boletins de ocorrência e chamadas do 190 com dados do Sinetram. Assim, conseguimos identificar as rotas mais afetadas e posicionar o policiamento de maneira estratégica. Essa ação reduziu os assaltos em 46% entre 2023 e 2024. Além disso, o Núcleo de Repressão ao Roubo de Coletivos (NURC) foi criado para centralizar as investigações e capturar as quadrilhas envolvidas”, explica.
Novos desafios
Apesar dos avanços, o combate ao crime nos ônibus de Manaus continua um desafio. As quadrilhas mudam de região e de estratégia, o que exige monitoramento constante. As zonas Leste, Norte e Centro são as mais afetadas, mas a criminalidade tem migrado para outras áreas, como o bairro Tarumã.
“Não tínhamos assaltos na região do Tarumã, pois é uma área menos atendida por ônibus e com menor movimento, mas quando intensificamos a segurança na Zona Leste, os criminosos migraram para lá. Então, ajustamos novamente as estratégias e reposicionamos o policiamento para garantir a segurança”, detalha o coronel Balbi.
Com o reforço das políticas de segurança e a integração entre o Sinetram e as forças de segurança, a expectativa é que os assaltos continuem diminuindo, garantindo um transporte público mais seguro para passageiros e trabalhadores do setor.