Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido afirma que vai recorrer à decisão judicial.
Um terreno pertencente ao Boi Garantido, onde funciona a Universidade do Folclore Paulinho Faria e o galpão de tribos e capacetes da Cibrazem, localizado na Cidade Garantido, em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), foi arrematado em leilão por R$ 3.010.000,00 na última terça-feira (11). O processo tramita na 3.2 Vara Cível da Ilha Tupinambarana.
De acordo com informações do processo, o leilão foi motivado por uma dívida judicial entre a Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido e a odontóloga Rainez da Silva Rocha. A dívida, no valor inicial de R$ 15 mil, remonta ao ano de 2002, quando o então presidente da agregação, Antônio Andrade, solicitou um empréstimo com a justificativa de realizar pagamentos a compositores do Festival Folclórico de Parintins daquele ano.
A empresa Avanço S/A, do ramo de construção civil e presidida por Luiz Alberto Conde Neto, foi a responsável por arrematar o terreno. A empresa, inscrita no CNPJ 18.145.858/0001-00, tem sede no bairro Aleixo, zona centro-sul de Manaus, e possui um capital social de R$ 15 milhões. O pagamento do valor do leilão foi iniciado com uma entrada de R$ 752,5 mil, e o restante será parcelado em 30 vezes.
Garantido vai recorrer
Em nota oficial, a Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido, presidida por Fred Góes, afirmou que continuará recorrendo à decisão judicial para reverter a perda do terreno. A diretoria destaca que uma batalha judicial se arrasta há anos e reforça que ainda há um recurso pendente de julgamento no Tribunal de Justiça do Amazonas.
“A Associação enfrentou uma batalha judicial há anos para reverter essa situação e continuará recorrendo para defender seu patrimônio e sua história. O motivo que motivou essa ação judicial é oriunda da gestão de 2001, e desde então, a associação tem buscado todas as medidas cabíveis para solucioná-la”, diz o trecho da nota.
O Garantido reforça seu compromisso de preservar o patrimônio e a cultura do Bumbá, e seguirá tomando todas as medidas legais possíveis para evitar que o terreno, considerado essencial para a tradição folclórica de Parintins, seja perdido definitivamente.