Início INTERNACIONAL Governo Lula adota cautela enquanto tenta negociar tarifas com Trump

Governo Lula adota cautela enquanto tenta negociar tarifas com Trump

Presidente dos EUA, Donald Trump impôs tarifas de 25% sobre as importações norte-americanas de aço e alumínio.


Avesso a embarcar em guerra comercial com o país mais rico do mundo, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem discutido medidas para responder às tarifas impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump, às importações de aço e alumínio. A estratégia adotada pela gestão petista é manter cautela diante dos anúncios do mandatário dos EUA.

Entenda o caso:

Donald Trump irá impor tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio nos EUA, com vigência a partir de março.

O Brasil é um dos principais exportadores de aço para os EUA, ao lado do Canadá e México.

Em 2019, no primeiro mandato, Trump havia aumentado as tarifas sobre aço e alumínio do Brasil, mas voltou atrás após acordo.

No ano passado, o Brasil exportou aproximadamente 4 milhões de toneladas para os EUA, representando 15,5% das importações norte-americanas.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reuniu-se na terça-feira (11/2) com a equipe de comércio do Itamaraty para discutir o aumento das taxas sobre o aço brasileiro. No entanto, nenhuma medida foi anunciada. A previsão é de que novas conversas aconteçam ao longo dos próximos dias para avaliar o alcance das medidas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, tem buscado informações para apresentar possíveis soluções em reunião com Lula, mas ainda não há data para o encontro acontecer.

Donald Trump anunciou, no domingo (9/2), que irá impor sobretaxa de 25% sobre as importações de aço e alumínio, mas o aumento da alíquota só entra em vigor em março. A medida teve repercussão imediata dentro da indústria brasileira.

Brasil, Canadá e México são os maiores exportadores de aço para os Estados Unidos. No acumulado de 2024, a indústria brasileira vendeu cerca de 4 milhões de toneladas aos Estados Unidos, o que corresponde 15,5% de tudo o que o país importou, segundo o governo norte-americano.

Ainda de acordo com Haddad, a decisão de Trump é algo considerado “genérico”, mas o governo tem acompanhado a situação.

“Mas nós [da Fazenda] estamos acompanhando, primeiro sabendo a minúcia da decisão, segundo observando quais as implicações que isso vai ter, porque não é uma decisão contra o Brasil, é uma coisa genérica para todo mundo. Observamos as relações do México, do Canadá, da China, esse respeito”, disse o ministro da Fazenda.

Não é a primeira vez que Trump adota o aumento de taxas ao aço e ao alumínio brasileiros. No seu primeiro governo, em 2019, o presidente norte-americano agiu da mesma forma em relação a alíquotas dos produtos oriundos do Brasil. Após um acordo, porém, recuou.

“Brasil e Argentina têm liderado desvalorização maciça das próprias moedas, o que não é bom para os nossos produtores. Por isso, eu vou restaurar as tarifas sobre aço e alumínio que são enviados para os Estados Unidos pelos países”, afirmou Trump na época.

Reações do mercado

Por meio de nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que buscará diálogo com os Estado Unidos a fim de reverter a decisão de impor tarifas aos produtos brasileiros.

“Lamentamos a decisão e vamos atuar em busca do diálogo para mostrar que há caminhos para que seja revertida. Temos todo o interesse em manter a melhor relação comercial com os EUA, que hoje são o principal destino dos produtos manufaturados do Brasil, mas precisamos conciliar os interesses dos setores produtivos dos dois países”, enfatizou a CNI.

As estimativas do Instituto Aço Brasil é de que os Estados Unidos foram responsáveis por 60% do volume de exportações dos produtos siderúrgicos brasileiros em 2024.

Portal SGC

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