Sexta-feira, Janeiro 31, 2025
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Ex-parceiro de Mbappé e promessa do Monaco: quem é Bakayoko, francês que negocia com o Sport

Chelsea pagou 40 milhões de euros ao Monaco para contratar o atleta em 2017; com passagens por Milan, Napoli, Lorient e, por fim, PAOK, jogador de 30 anos pode chegar ao Brasil.


Tiemoué Bakayoko foi um dos destaques de uma geração apontada pela imprensa francesa como “de ouro” no Monaco. Na terceira temporada pelo clube, ajudou a conduzir, ao lado do então jovem Kylian Mbappé, os “Les Rouge et Blanc” ao título nacional na temporada 2016/17.

Campeão francês, semifinalista da Liga dos Campeões e convocado pelo técnico Didier Deschamps, Bakayoko não tardou a ser vendido por vultosos 40 milhões de euros, em 2017, para o Chelsea.

Oito anos depois, esse mesmo jogador aceitou a proposta e está próximo de se tornar reforço do Sport na temporada 2025.

O ge buscou arquivos, conversou com dois jornalistas franceses e contou com as observações do comentarista da TV Globo Cabral Neto para reconstituir a carreira de Bakayoko e entender o desenvolvimento do atleta que vive a iminência de atuar pela primeira vez no futebol brasileiro.

Falcão Garcia, Mbappé e Tiemoue Bakayoko em foto promocional da Nike, pelo Monaco — Foto: Divulgação/Nike

Falcão Garcia, Mbappé e Tiemoue Bakayoko em foto promocional da Nike, pelo Monaco — Foto: Divulgação/Nike

Onde tudo começou

Revelado pelo Rennes, em 2012, Tiemoué Bakayoko chegou dois anos depois ao Monaco. Na primeira temporada, foram 18 jogos; na segunda, 23; na terceira, 51 jogos, três gols, título francês e convocação para a seleção nacional.

  • “Naquela época, ele era o mais promissor volante defensivo e fazia parte de um time incrível. Foi a famosa geração de 2017 do Monaco que chegaria à semifinal da Liga dos Campeões e conquistaria o campeonato francês”, recorda o jornalista francês Karim Baldé, da RFI/France 24.

– Então, depois desse grande período do Monaco, achávamos que sua carreira estava em uma trajetória ascendente. Mas ele chegou a um Chelsea que também era muito instável, é preciso dizer – complementa.

Bakayoko em Watford x Chelsea — Foto: REUTERS/David Klein

Bakayoko em Watford x Chelsea — Foto: REUTERS/David Klein

Cabral Neto também observa que o início de Bakayoko foi avassalador no futebol francês, quando era comandado pelo técnico português Leonardo Jardim.

– O nível de futebol que Bakayoko mostrou no início da carreira foi impressionante. Ele fazia parte de um ótimo time e ele conseguia ser um dos destaques. Depois que saiu do Monaco, não se tornou o jogador que prometia ser, mas, ainda assim, teve momentos de alto nível, num futebol de altíssima exigência, como o italiano e o inglês – observou.

Chegada no Chelsea e queda na carreira

Na primeira temporada nos The Blues, Bakayoko fez 41 partidas. Esteve no grupo campeão da Copa da Inglaterra, sob o comando do técnico Antonio Conte. Porém, com outros reforços na equipe inglesa, acabou emprestado para o Milan, da Itália.

– A primeira temporada dele na Inglaterra foi boa, mas depois Maurizio Sarri (técnico) chega, e ele perde o espaço – relembra o jornalista Eric Frosio, correspondente do L’Equipe no Brasil.

Na ocasião, Bakayoko foi cedido por empréstimo ao clube italiano, em 2018. Fez 42 jogos pela equipe comandada por Gennaro Gattuso, sendo 37 como titular, com boas atuações: marcação forte na cabeça de área, velocidade na reposição de jogo e muita proteção à defesa.

Naquela temporada, o atleta chegou a sofrer com cânticos racistas num jogo contra a Udinese.

Kessie e Bakayoko, milan x lazio — Foto: EFE/EPA/MATTEO BAZZI

Kessie e Bakayoko, milan x lazio — Foto: EFE/EPA/MATTEO BAZZI

Outro momento de repercussão de Bakayoko no Milan veio após a equipe encerrar o jejum de quatro jogos sem vitória na Liga dos Campeões. De maneira sofrida, o time de Gattuso venceu a Lazio por 1 a 0.

Assim que o árbitro encerrou a etapa final, Kessié e Bakayoko exibiram a camisa de Acerbi para a sua torcida, o que irritou os adversários. Explica-se: durante a semana, o zagueiro italiano disse que a Lazio era superior ao Milan, e o francês rebateu nas redes sociais que veria essa questão em campo.

Com a vitória rossonera, veio a provocação, e chegou ao ponto em que Gattuso teve que intervir para separá-los.

Gennaro Gattuso Milan x Lazio — Foto: AFP

Gennaro Gattuso Milan x Lazio — Foto: AFP

Apesar de ter ido bem no Milan, novamente seguro, o volante acabou emprestado pelo Chelsea. Agora voltando para o Monaco, em 2019. Porém, sem o mesmo brilho.

– Esta é a história do jogador que não soube capitalizar sua grande temporada 2016/2017 e então, é claro, ele desapareceu um pouco do radar. Perdeu seu brilhantismo – lamenta Karim Baldé.

Em 2020, o volante retornou para a Itália, agora no Napoli – foram 44 jogos na temporada 2021/22, a última que Bakayoko conseguiu fazer mais de 30 jogos num ano. O clube italiano queria manter o francês, mas os cerca de 30 milhões de euros pedidos pelo Chelsea foram um impeditivo.

– Bakayoko falou também que não era uma época fácil de mudar de clube a cada seis meses, oito meses… Mas ele se perdeu. Ele falou, inclusive, em entrevistas, que ele era emprestado em clubes, ele se dava razoavelmente bem, só que a multa de compra era caríssima, sempre – afirma Eric Frosio.

  • “Então, por isso, que o clube nunca levou, nunca comprou, seja o Napoli ou o Milan… Enfim, então ele sempre tinha que se reinventar, e por isso que ele nunca teve uma sequência boa”, acrescenta.

Veja a entrevista na íntegra do técnico Pepa, do Sport, após vitória sobre o Jaguar

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Retorno ao Milan

Na temporada seguinte, segundo o canal Sky Italia, o Milan contratou Bakayoko por empréstimo com a opção de compra por 20 milhões de euros ao fim do contrato. O volante foi campeão italiano, porém sem qualquer protagonismo: foram 18 jogos, apenas cinco como titular.

No ano seguinte, o empréstimo foi desfeito com o Milan (na temporada 2022/2023 fez apenas três partidas).

Tiemoue Bakayoko pelo Milan, em 2022 — Foto: Marco Canoniero/LightRocket via Getty Images

Tiemoue Bakayoko pelo Milan, em 2022 — Foto: Marco Canoniero/LightRocket via Getty Images

Rescisão com o Chelsea

Em junho de 2023, o Chelsea rescindiu o contrato com o volante, que acabou assinando, segundo jornal L’Equipe, sem custos com o Lorient.

Bakayoko fez 20 jogos no Campeonato Francês – 15 como titular. Não conseguiu, porém, ajudar a evitar o rebaixamento da equipe. No ano seguinte, transferiu-se para o PAOK, da Grécia. Foram apenas oito jogos, o último em novembro do ano passado.

– Na verdade eu não sabia que ele estava na Grécia, depois de Lorient, e não imaginava que ele poderia chegar no Brasil – admite Eric Frosio.

– A última experiência dele no Lorient não foi muito convincente em um time que também estava jogando para permanecer na Ligue 1 e não conseguiu sucesso. E, hoje, para falar a verdade, eu nem sabia que ele jogava no PAOK. Ele desapareceu – diz também Karim Baldé.

  • “A primeira coisa que me vem à mente quando penso em Bakayoko é: ‘Que pena, que desperdício!”, complementa o jornalista francês.

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Perspectivas no Brasil

Apesar de viver uma fase de queda na carreira, Bakayoko tem virtudes que podem levá-lo a dar a voltar por cima no Brasil.

– Bakayoko teve maior dificuldade nas últimas três ou quatro temporadas, não se firmou, mas seu potencial é enorme no futebol brasileiro. Volante de alta intensidade, muita marcação, movimentação e forte nos duelos individuais – ressalta Cabral Neto.

  • “Tem grande possibilidade de se tornar um jogador imprescindível para o Sport na temporada”, aposta o comentarista.

– Quem sabe no Recife ele possa conseguir dar a volta por cima – acrescenta Eric Frosio.

O Sport tem uma carência na cabeça da área. O clube projeta trazer três atletas para a posição. Segundo apurou a nossa reportagem, a proposta rubro-negra para ter Bakayoko é de dois anos de contrato e já foi aceita pelo atleta. Apenas detalhes separam a concretização da contratação.

Globo Esporte

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