Início INTERNACIONAL Casa Branca divulga imagens de primeiras deportações de imigrantes nos EUA

Casa Branca divulga imagens de primeiras deportações de imigrantes nos EUA

“Os voos de deportação começaram”, afirmou a nova porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt


Governo dos EUA afirmou que 538 imigrantes foram presos em 1º relatório sobre aplicação de políticas imigratórias da era Trump. Porta-voz não especificou, no entanto, como foram feitas as deportações, processo que costuma ser demorado.

“Os voos de deportação começaram”, afirmou a nova porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, nesta sexta-feira (24) ao divulgar imagens das primeiras deportações de imigrantes ilegais dos EUA. (Veja no destaque e mais abaixo na matéria)

Os EUA iniciaram a prática nesta sexta. Não foi detalhado, no entanto, como foram feitas essas deportações —o processo que costuma ser demorado. A Casa Branca também afirmou que realizou 538 prisões de imigrantes e expediu outros 373 mandados de prisão, segundo relatório divulgado na noite de quinta-feira.

“O presidente Trump está enviando uma mensagem forte e clara para o mundo inteiro: se você entrar ilegalmente nos Estados Unidos da América, enfrentará consequências severas”, afirmou Leavitt em publicação no X nesta sexta.

Leavitt não especificou, no entanto, para onde foram destinados os deportados — o processo de deportação costuma ser demorado e envolve a existência prévia de acordos bilaterais ou negociações com o país de origem dos deportados. A porta-voz afirmou apenas que as deportações foram feitas em aeronaves militares.

“O governo Trump prendeu 538 imigrantes ilegais criminosos” e ‘deportou centenas’ deles “em aviões militares. (…) A maior operação de deportação em massa da história está em andamento. Promessas feitas. Promessas cumpridas”, disse a nova porta-voz.

O primeiro voo de deportados brasileiros chega a Belo Horizonte ainda nesta sexta-feira. O g1 entrou em contato com o Itamaraty para confirmar o número de pessoas que estão no voo, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.

‘Voos de deportação começaram’, afirmou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, em 24 de janeiro de 2025. — Foto: Divulgação/Casa Branca

Uma reportagem do jornal “The New York Times” publicada nesta sexta-feira (24) afirma que o governo Trump concedeu a autoridades do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega dos EUA (ICE, na sigla em inglês) o poder de fazer deportações instantâneas — ou seja, devolver para o território mexicano indivíduos que acabaram de entrar, o que, pelas leis internacionais, é proibido —, o que pode ter acelerado o processo.

A Casa Branca alegou que todos os imigrantes detidos na megaoperação de quinta-feira já tinham algum tipo de condenação na Justiça norte-americana. Na maioria dos casos, as condenações foram sentenciadas há poucos dias.

A condenação de imigrantes ilegais não necessariamente justifica, pela lei, a deportação deles, apenas a detenção — a devolução a seus países depente da gravidade do crime, de um pedido de extradição do país de origem ou de se o processo de avaliação de se esse indivíduo teria direito ao visto de refugiado foi reprovada.

Veterano de guerra detido

Também na noite de quinta-feira, agentes de imigração fizeram uma operação em Nova Jersey que prendeu tanto imigrantes quando cidadãos norte-americanos, segundo o prefeito de Newark, cidade onde ocorreu a ação.

O prefeito disse que até um veterano de guerra foi detido pelos agentes, a quem acusou de violação dos direitos humanos. Newark é um das chamadas “cidades santuários” dos EUA, como são chamadas cidades nas quais o governo local protege imigrantes.

A Casa Branca ainda não havia se manifestado sobre a acusação até a última autalização desta reportagem.

Nos dois primeiros dias de seu mandato, Trump assinou ordens executivas — espécies de decretos sem efeito de lei, que determinam como setores do governo deve aplicar verbas — para impedir a entrada de imigrantes e prender os que estiverem em situação irregular nos Estados Unidos.

O presidente norte-americano também assinou decretos de “emergência nacional” na fronteira sul, anunciou o envio de mais tropas para a área e prometeu deportar “milhões e milhões de estrangeiros criminosos”.

Na quinta-feira, o prefeito de Newark, cidade em Nova Jersey conurbada com Nova York, Ras Baraka, denunciou que agentes do Serviço de Imigração e Alfândega “invadiram um estabelecimento local (…) detendo moradores e cidadãos sem documentados, sem apresentar uma ordem judicial”.

No início desta semana, o Congresso de maioria republicana aprovou uma lei para prorrogar a prisão preventiva de estrangeiros suspeitos de crimes.

A Casa Branca publicou nesta sexta-feira (24) o primeiro relatório de prisão de imigrantes

O relatório traz o exemplo de 4 presos, todos condenados por um crime, o que vai ao encontro das falas de Trump sobre ir atrás dos imigrantes que tenham cometido crimes. Veja abaixo

Investida contra imigrantes: ponto a ponto

Em dois dias de governo, Donald Trump adotou uma série de medidas para combater a imigração ilegal nos Estados Unidos. Entre segunda-feira (20) e terça-feira (21), várias ordens executivas e diretrizes governamentais foram aplicadas com o objetivo de reforçar a fiscalização e impedir a entrada irregular de estrangeiros no país.

Trump está tirando do papel promessas que fez durante a campanha presidencial. O republicano garante que vai fazer a maior deportação em massa da história do país, com milhões de imigrantes ilegais sendo expulsos. Veja algumas medidas adotadas a seguir.

🚨 Emergência nacional: uma das primeiras medidas de Trump foi assinar uma medida para declarar emergência na fronteira entre México e Estados Unidos.

O presidente anunciou que tropas do Exército e da Guarda Nacional serão enviadas à região para reforçar a segurança.

Além disso, agentes federais de imigração receberam poderes ampliados para deter suspeitos.

A medida também facilita a liberação de recursos para retomar a construção do muro na fronteira.

Por fim, o governo também encerrou programas que permitiam a entrada de estrangeiros por motivos humanitários.

👶 Fim da cidadania automática: Trump emitiu uma ordem executiva eliminando o direito à cidadania para filhos de imigrantes ilegais ou com vistos temporários nascidos nos EUA.

Antes, quando imigrantes em situação ilegal tinham um filho em solo americano, a criança ganhava cidadania americana automaticamente.

A mesma coisa acontecia quando a mãe viajava aos Estados Unidos com um visto temporário, como o visto de turista. Se a criança nascesse durante o período da viagem, ganhava cidadania também.

Celebridades brasileiras já usaram essa estratégia para obter a cidadania americana para seus filhos.

Juristas afirmam que a medida contradiz a 14ª Emenda da Constituição, que garante cidadania a qualquer pessoa nascida no país.

Estados governados por democratas entraram com ações judiciais contra a medida.

“Presidentes são poderosos, mas ele não é um rei. Ele não pode reescrever a Constituição com um simples golpe de caneta”, afirmou Matthew Platkin, procurador-geral de Nova Jersey.

✈️ Deportação expressa: o governo Trump ampliou o alcance da chamada deportação acelerada, que permite expulsões rápidas de imigrantes ilegais sem a necessidade de uma audiência judicial.

Qualquer imigrante que não comprove que reside há dois anos nos EUA pode ser alvo.

Sob Biden, a deportação expressa possuía algumas limitações. Por exemplo, a medida só era adotada em todo o país para quem entrasse nos Estados Unidos por via marítima e estivesse a menos de dois anos no país.

Ainda durante o governo Biden, quem entrava por via terrestre só poderia ser alvo da deportação expressa se fosse detido a até 160 km da fronteira e estivesse no país há menos de 14 dias.

Agora, todas essas restrições foram eliminadas. Segundo o governo, a medida está dentro dos limites legais estabelecidos pelo Congresso.

A deportação expressa já foi alvo de polêmica durante o primeiro mandato de Trump. O caso chegou a parar na Suprema Corte.

Por G1

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