A hanseníase tem cura, o tratamento é gratuito e realizado em todas as unidades básicas de saúde
Para conscientizar a população de Porto Velho sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento da hanseníase, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) iniciou mais uma campanha Janeiro Roxo, mês de conscientização sobre os cuidados e contra o preconceito referente à doença.
As ações, coordenadas pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), através do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), vão acontecer durante todo o mês de janeiro. O tema da campanha em 2025 é “Hanseníase, precisamos falar e agir” e busca intensificar as orientações de prevenção e reforçar que a hanseníase tem cura e o tratamento é gratuito na rede municipal de saúde.
Para o médico Tiago Barnabé, a campanha serve como estímulo ao autocuidado. “O tabu existe e, por isso, todos os anos a Semusa realiza essa campanha para conscientizar a população de que o conhecimento sobre a doença é fundamental. Saber identificar os sinais é muito importante para o diagnóstico, tratamento e cura da hanseníase”, relata.
Em Porto Velho, dados da Semusa apontam que os casos de hanseníase permaneceram praticamente estáveis nos dois últimos anos. Foram 54 novos casos em 2023 contra 52 em 2024, sendo que algumas notificações ainda estão em investigação, o que pode aumentar os números do último ano.
De acordo com Sheila Arruda, coordenadora municipal da hanseníase, mesmo os números se mantendo semelhantes nos últimos anos, o ideal era não ter nenhuma nova notificação da doença.
“Trabalhamos durante todo o ano, em conjunto com as unidades de saúde, com orientações para ajudar a população a entender o que é doença, como evitar o contágio e, principalmente, a identificar os sinais e sintomas para buscar o tratamento o mais breve possível. A rede municipal está preparada para acolher e atender esses pacientes”, explicou a coordenadora.
HANSENÍASE
É uma doença infecciosa e contagiosa que causa manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas na pele, podendo apresentar alteração de sensibilidade. Quando isso ocorre, o indivíduo afetado não sente ou tem a sensibilidade diminuída para o calor, frio, dor e até mesmo o toque.
Também é comum a sensação de formigamento, fisgada ou dormência nas extremidades de pés e mãos e a diminuição do suor e de pelos em algumas áreas.
“Em alguns casos, o paciente pode ter dificuldades para segurar objetos, se queimar e não sentir ou, por exemplo, perder os chinelos sem perceber. A doença pode provocar o surgimento de caroços e placas em qualquer local do corpo”, explica a coordenadora municipal de hanseníase, Sheila Arruda.
TRANSMISSÃO
De pessoa para pessoa, pelas vias aéreas superiores (tosse ou espirra) por meio do contato próximo e prolongado com pessoas doentes que não estejam em tratamento e que possuam a forma transmissível da doença. É muito frequente na convivência familiar; por isso, o domicílio é apontado como importante espaço de transmissão da doença.
A hanseníase não é de transmissão hereditária (congênita) e também não há evidências de transmissão nas relações sexuais.
Como saber se tenho hanseníase?
O diagnóstico é realizado pelo exame dermatoneurológico (da pele e dos nervos), com teste de sensibilidade cutânea (da pele) e exame dos nervos da face, mãos e pés. Em caso de diagnóstico confirmado para hanseníase, devem ser examinadas todas as pessoas que moram na casa do paciente ou que a frequentam.
O diagnóstico precoce, o tratamento imediato e o exame das pessoas que moram ou convivem com o paciente de hanseníase são as medidas mais eficazes para impedir a transmissão da doença.
Onde buscar tratamento?
A Hanseníase tem cura. O tratamento é gratuito e realizado em todas as unidades básicas de saúde. O paciente que inicia o tratamento não transmite a doença, porém todas as pessoas que convivem ou conviveram com o paciente de Hanseníase devem ser examinadas.
Casos confirmados com necessidade de avaliação especializada são encaminhados ao Centro de Especialidades Médicas Dr Alfredo Silva (CEM), que se tornou o estabelecimento referência no tratamento da doença.
“Quanto mais rápido as pessoas procurarem o atendimento médico, maior é a chance de cura. Muita gente pensa que essa doença não tem cura, mas ela tem sim, o que nós recomendamos é que a pessoa conheça seu corpo e saiba identificar os sintomas e sinais”, explica o médico Tiago Barnabé.
Texto: Luciane Gonçalves
Foto: SMC
Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)