O ex-deputado e atual candidato a prefeito de Porto Velho, Leo Moraes, vem enfrentando uma onda de insatisfação dentro do diretório municipal do Podemos por conta da sua dedicação tida como “especial” para a candidatura do seu irmão Paulo Moraes, que concorre a uma das cadeiras do legislativo municipal.
Candidatos do Podemos, que hoje são concorrentes de Paulo Moraes e correligionários que não estão na disputa, mas trabalham nas campanhas majoritária e proporcionais, já pediram para que Leo Moraes foque mais na sua candidatura a prefeito e menos na candidatura do seu irmão à vereador, até para que o pleito transcorra de forma natural, em pé de igualdade entre os postulantes da mesma sigla. Querer ver o sucesso do irmão é natural do ser humano, mas a política eleitoral cobra.
Com pouco dinheiro, equipe pequena e tempo reduzido de rádio e televisão se for comparar com outros três dos sete candidatos, a candidatura de Leo Moraes ainda não engrenou definitivamente. Pouca gente na rua, número pequeno de carros adesivados e programa eleitoral ainda muito tímido. Precisa de um Up urgente para recuperar o tempo perdido. Léo foi o último a anunciar a candidatura e um dos últimos também a apresentar o seu material de campanha, as suas propostas, ao eleitorado.
Há 20 dias do pleito de 06 de outubro, Léo Moraes ainda figura nas pesquisas como o segundo nome mais lembrado pelo eleitorado, mas ainda longe a líder nas pesquisas, que pode levar a eleição no primeiro turno se os números, especialmente de Leo Moraes, não aumentarem. Léo será, certamente, alvo nos debates programados, especialmente dos candidatos que figuram abaixo nas pesquisas, pois, para alcançar o primeiro, é necessário, antes, passar pelo segundo.
Tido inicialmente como possível integrante de um eventual segundo turno, Moraes precisa colocar definitivamente a caravana do Podemos na rua com todas as forças, uma vez que nos últimos dias os candidatos Euma Tourinho (MDB) e Célio Lopes (PDT) começaram a aparecer mais com a injeção dos recursos do fundo eleitoral e apoios estaduais e federais.
Vereador, deputado estadual, deputado federal, a carreira política de Leo Moraes foi meteórica, entretanto, já disputou uma ao governo do estado e já está na segunda disputa da prefeitura da capital e precisa tomar cuidado para não se tornar “figurinha carimbada”, uma espécie de Pimenta de Rondônia, que já até cansou de disputar e não ganhar.
A possível eleição de Paulo Moraes à Câmara de Vereadores reiniciará, com certeza, um novo ciclo dos Moraes em Porto Velho, mas não pode ser prioridade para quem disputa algo maior, que é a prefeitura. Léo Moraes abdicou de comandar um dos maiores orçamentos públicos do Estado de Rondônia que é o Detran e essa renúncia levou à ruptura com o governador Marcos Rocha, fechou portas, e o distanciou ainda mais do prefeito Hildon Chaves (de quem nunca foi muito afeito). Se fosse para priorizar a candidatura do irmão a vereador melhor seria ter aceito os convites que teve para permanecer no comando do Detran e de lá, coordenado à campanha de Paulo com a visibilidade e condições que o Departamento de Trânsito oferece e que Léo sabe usar muito bem.
A eleição em Porto Velho, com raras exceções, sempre foi de muita surpresa. Teve prefeito disputando a reeleição que não chegou nem no segundo turno. Teve outro que “estava eleito” e acabou fora e teve aquele que ninguém conhecia e que este ano fecha o seu segundo mandato à frente do executivo municipal. O eleitorado porto-velhense muda muito, e muda fácil de opinião, não raras vezes, apostando no cavalo que corre na frente. Mostrar fraqueza na reta final é caminho para o cadafalso. Até o dia 06 de outubro serão dias intensos e vai vencer a corrida ou se classificar para a segunda bateria, quem focar na meta, quem se se apresentar melhor, fizer a população entender as suas propostas e tiver fôlego para aguentar o baque do rojão que explodirá nas urnas.