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Pesquisa consolida favoritismo de Mariana Carvalho, mas histórias de Hildon Chaves e Roberto Sobrinho emitem alerta

Pesquisa Quaest coloca Mariana com 51% das intenções de voto, mas exemplos de Hildon Chaves e Roberto Sobrinho mostram que viradas são possíveis na reta final

Porto Velho, RO –  Mariana Carvalho, candidata pelo União Brasil, surge como a grande favorita para a prefeitura de Porto Velho na mais recente pesquisa divulgada pelo instituto Quaest. Com impressionantes 51% das intenções de voto, a deputada federal desponta como a candidata a ser batida nas eleições municipais de 2024. No entanto, apesar da vantagem aparentemente confortável, a história política da capital rondoniense aconselha uma dose considerável de prudência antes de qualquer celebração antecipada.

A pesquisa, realizada entre os dias 24 e 26 de agosto, entrevistou 704 eleitores de Porto Velho, com 16 anos ou mais. O levantamento revela que Léo Moraes, candidato pelo Podemos, aparece na segunda colocação, mas com uma diferença significativa, registrando apenas 18% das intenções de voto. A Juíza Euma Tourinho (MDB) ocupa o terceiro lugar, com 4%, seguida por Célio Lopes (PDT), Samuel Costa (Rede), Ricardo Frota (Novo), e Dr. Benedito Alves (Solidariedade), que pontuaram entre 1% e 3%. No cenário espontâneo, que mede a intenção de voto sem apresentar uma lista de candidatos, a diferença entre Mariana e os outros candidatos ainda se mantém considerável, reforçando a liderança da deputada.

Embora a posição de Mariana Carvalho pareça inabalável, a história eleitoral de Porto Velho serve como um lembrete de que as aparências podem enganar, e viradas dramáticas são mais comuns do que se imagina. Em 2016, o então candidato Hildon Chaves, do PSDB, protagonizou uma das maiores surpresas da política local. Durante o primeiro turno, ele figurava nas últimas posições das pesquisas, sendo praticamente descartado pelos analistas políticos e pelos próprios adversários. Contudo, Hildon não apenas reverteu o cenário desfavorável, como saiu vitorioso nas urnas, contrariando todas as previsões que o colocavam como um mero figurante na disputa.

Cenário de 2016 também era desfavorável a Hildon / Reprodução

Esse episódio, no entanto, não foi o único. Em 2004, Roberto Sobrinho, que concorria pelo PT, também foi subestimado durante grande parte da campanha. À época, ele era tratado com desdém pelos institutos de pesquisa, que não acreditavam em sua capacidade de atrair o eleitorado. No entanto, Sobrinho surpreendeu ao conquistar a vitória e, em 2008, foi reeleito, demonstrando que a política em Porto Velho tem suas próprias dinâmicas, muitas vezes imprevisíveis e independentes das tendências apontadas pelas pesquisas.

Em 2004, Sobrinho “largou” com 1% das intenções de voto / Reprodução

O caso de Mariana Carvalho, embora aparentemente distinto, carrega consigo as mesmas incertezas que rondam qualquer disputa eleitoral. Sua trajetória política, marcada por uma forte base eleitoral, um trabalho consolidado na Câmara dos Deputados e uma presença constante na mídia, de fato, lhe confere uma posição privilegiada. Além disso, Mariana tem a seu favor uma campanha robusta e bem organizada, que se beneficia de sua popularidade crescente. No entanto, é crucial lembrar que as campanhas políticas são maratonas, e não corridas de curta distância. Muita coisa pode acontecer no período que antecede a votação, especialmente em um contexto de campanha, onde estratégias, debates, e acontecimentos inesperados podem redefinir o cenário de maneira surpreendente.

PDT encaminhou R$ 2 milhões à campanha de Célio Lopes / Reprodução

Adicionalmente, é importante considerar o impacto das redes sociais, que hoje têm um papel fundamental na construção e desconstrução de candidaturas. Um vídeo viral, uma declaração mal interpretada, ou até mesmo uma campanha negativa bem articulada podem alterar drasticamente o panorama eleitoral. Neste sentido, a ex-juíza Euma Tourinho, do MDB, vem provocando visando emplacar suas investidas contra a ex-deputada federal, como agora, desafiando-a, mais uma vez, a comparecer aos debates. É importante frisar também que, por exemplo, a candidatura de Célio Lopes recebeu, do PDT, R$ 2 milhões em aporte financeiro, e o financiamento pode dar mais robustez à participação do advogado no pleito daqui em diante. E, apesar de Mariana Carvalho liderar com folga nas intenções de voto, ela e sua equipe devem permanecer vigilantes, atentos a cada movimento dos adversários e às possíveis armadilhas que uma campanha de grande visibilidade pode trazer. 

Por fim, embora a pesquisa Quaest reforce o favoritismo de Mariana Carvalho, os adversários têm motivos para continuar na disputa, acreditando que o eleitorado de Porto Velho pode ainda estar em processo de decisão. A margem de erro de 3,7 pontos percentuais para mais ou para menos, aliada ao fato de que a campanha oficial ainda tem meses pela frente, significa que há espaço para mudanças significativas no quadro eleitoral. Afinal, a história recente da cidade sugere que, em política, nada está garantido até que as urnas sejam definitivamente fechadas e os votos contados. Até lá, prudência e trabalho árduo serão essenciais para qualquer candidato que almeje a vitória em Porto Velho.

A Quaest, citada na opinião, foi contratada pela Rede Amazônica. Para a pesquisa foram entrevistados 704 eleitores de 16 anos ou mais entre os dias 24 e 26 de agosto de 2024. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número RO-09119/2024.

Por: Rondoniadinamica

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