É essencial evitar qualquer tipo de queimada e denunciar atividades suspeitas pelos números 190 e 193
O governo de Rondônia reuniu na última sexta-feira (16), diversas entidades para intensificar o combate às queimadas que afetam a região. Participaram do encontro o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), a Defesa Civil do estado, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o Batalhão da Polícia Ambiental (BPA) e a Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa/RO).
As operações estão focadas em áreas de preservação ambiental, onde os maiores focos de incêndio e calor foram registrados. Equipes da Sedam, em colaboração com a polícia, estão investigando e patrulhando para identificar e prender os responsáveis pelas queimadas ilegais que estão prejudicando o estado.
Além das ações locais, o governador Marcos Rocha entrou em contato com o governador do Amazonas, Wilson Lima, para coordenar esforços adicionais. O Amazonas está enviando mais efetivos das polícias e do Corpo de Bombeiros para auxiliar no combate às queimadas em Rondônia, especialmente em Porto Velho.
A “Operação Verde Rondônia”, iniciada pelo Corpo de Bombeiros em 6 de junho de 2024, tem sido uma peça chave na luta contra as queimadas. Com seis bases espalhadas pelo estado, a operação já registrou 11.269 ações preventivas, combateu 2.796 incêndios, realizou 370 averiguações e aplicou 33 multas. Segundo o comandante-geral dos Bombeiros de Rondônia, coronel Nivaldo de Azevedo Ferreira, “o CBMRO realiza diariamente ações preventivas de combate a incêndios, resgate e salvamento em 17 unidades no estado”.
Caê Aires, gerente regional do Censipam em Porto Velho, destacou que a fumaça das queimadas em Rondônia vem principalmente do Sul do Amazonas e da Bolívia, transportada por correntes de ar. Dados de satélites confirmam que a fumaça provém da região de Apuí (AM), que enfrenta uma seca prolongada devido à crise hídrica.
A Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam) revelou que as áreas mais afetadas pelas queimadas são aquelas com registros de invasões e litígios de terras, além de zonas de preservação ambiental. A Coordenadoria de Geociências e a Sala de Situação – Sedam/Cogeo têm monitorado os focos de calor na América do Sul usando ferramentas de sensoriamento remoto e geoprocessamento, evidenciando a ocorrência de queimadas em vários estados da Amazônia Legal e na Bolívia.
O secretário da Sedam, Marco Antônio Lagos, informou que as equipes de fiscalização estão há semanas investigando e atuando diretamente nos focos de incêndio, além de estarem organizadas em subequipes para enfrentar as práticas criminosas.
Cuidados e Prevenção
A fumaça das queimadas afeta a saúde da população, especialmente crianças. A infectologista Antonieta Ferreira, do Hospital Infantil Cosme e Damião (HICD), relatou um aumento significativo nos atendimentos a crianças com problemas respiratórios, como garganta inflamada, bronquite, asma e rinite, embora sem necessidade de internação. O pediatra Reginaldo Lourenço destacou a importância de cuidados redobrados com a alimentação, hidratação e higiene das crianças durante este período, alertando para o aumento de doenças contagiosas como a conjuntivite.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) recomenda que a população aumente a ingestão de água, evite atividades ao ar livre quando a qualidade do ar estiver comprometida e mantenha as membranas respiratórias hidratadas.
As ações do governo continuarão indefinidamente, e a colaboração da população é fundamental. É essencial evitar qualquer tipo de queimada e denunciar atividades suspeitas pelos números 190 e 193.
Fonte: Portal SGC