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“Aqui é o PCC”: detento dá grito de guerra a favor de facção e perde benefício de regime semiaberto

Brasil — O traficante Rogério Neres Santana, de 33 anos, foi punido com a regressão ao regime fechado, na última segunda-feira (29), depois de ter gritado dias antes para um agente penitenciário: “Aqui é o crime, sou do comando, quem manda somos nós, o PCC“.

A referência ao Primeiro Comando da Capital, maior facção criminosa do país, ocorreu durante a contagem de presos do alojamento “F”, no Centro de Detenção Provisória (CDP) de São José do Rio Preto, interior paulista, onde Rogério cumpria pena no regime semiaberto.

Decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) relata que a falta disciplinar foi considerada grave pelas autoridades.

Após agentes penitenciários realizarem a contagem de presos no alojamento, eles constataram a aparente falta de um presidiário. Eles, então, iniciaram uma nova contagem, para conferir se todos os presos estavam presentes.

Foi quando Rogério, “no intuito de retardar os procedimentos de segurança”, passou a incitar os outros condenados para agirem “na maior calma”, alegando que era para “a polícia se lascar”.

Ao ser interpelado pelos agentes, Rogério gritou a frase mencionada no inicio dessa reportagem, fazendo referência ao PCC “mandar” na cadeia. Por fim, constatou-se que todos os presos estavam na carceragem.

A postura do traficante provocou a suspensão cautelar do benefício do regime semiaberto. Por decisão da juíza Luciana Cassiano Zamperlini, Rogério foi “encaminhado para o regime fechado”.

Prisão de 14 anos

Condenado a 14 anos por tráfico de drogas, cuja pena em regime fechado começou a cumprir em 9 de fevereiro de 2015, Rogério brigou judicialmente para progredir para o semiaberto, antes mesmo de ter direito ao benefício.

O traficante fez vários pedidos para conseguir o beneficio de sair da cadeia para estudar, trabalhar, ou ainda nas “saidinhas” temporárias. Todos foram negados.

Em setembro de 2019, ele já havia sido autuado por mais uma “falta grave”, desta vez na Penitenciária de Martinópolis, no interior de São Paulo.

Em uma portaria da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), a diretoria do presídio afirma que Rogério e mais 14 presidiários estariam realizando “liderança negativa” na unidade. O documento afirma que o bando arquitetava “movimentos contrários à ordem e à disciplina”.

“Constatamos que os referidos presos organizavam reuniões na quadra de esportes do referido raio, demonstrando grande liderança entre a população carcerária”.

Outros detentos afirmaram à diretoria, sob condição de anonimato por temerem represálias, que Rogério e os outros 14 condenados incitavam a população carcerária a “subverterem a ordem e a disciplina da unidade”.

Rogério só conseguiu o direito a cumprir o regime semiaberto em 17 de fevereiro deste ano, após demonstrar melhoras no comportamento. O benefício durou pouco mais de cinco meses, quando o traficante resolveu gritar que o PCC é quem dá as ordens por ali.

* Com informações do Metrópoles

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