Porto Velho, RO – Confúcio Moura, senador do MDB, é o único representante de Rondônia a figurar na 31ª edição do levantamento “Cabeças” do Congresso Nacional, realizado pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP). Este reconhecimento coloca Moura entre os 100 congressistas mais influentes do país, um feito notável em um cenário onde seus colegas de bancada, Jaime Bagattoli e Marcos Rogério, ambos do PL, não conseguiram tal destaque.
A trajetória de Moura, contudo, não é isenta de controvérsias. Durante seu mandato como governador de Rondônia, a criação de 11 reservas ambientais gerou críticas ferozes e levou à instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pela Assembleia Legislativa do Estado (ALE/RO). A medida, que afetou diversas famílias, é um dos pontos mais criticados de sua administração.
No campo político, Confúcio Moura tem se mostrado um enigma. Após anos de indecisões ideológicas, recentemente assumiu uma postura de centro-esquerda e passou a apoiar o governo de Lula, do PT, tornando-se o único senador rondoniense a fazê-lo. Essa revelação tardia vem acompanhada de declarações polêmicas, como seu desejo de ver alguém como Michel Temer, seu correligionário, à frente do governo. Temer, considerado um “golpista” por muitos na esquerda devido ao papel que desempenhou no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, é uma figura controversa.
A inclusão de Confúcio Moura na lista do DIAP é um possível reflexo da fraqueza de seus colegas de bancada. Marcos Rogério, conhecido por seu foco na imagem pessoal e liderança da oposição, e Jaime Bagattoli, que admitiu sua falta de força política ao ser destituído da chefia regional do PL, não conseguiram alcançar o mesmo reconhecimento.
Os “Cabeças” do Congresso Nacional são definidos pelo DIAP como aqueles parlamentares que se destacam por sua capacidade de conduzir debates, negociações, votações e articulações. Moura, apesar de seus posicionamentos confusos e sua coragem efêmera, conseguiu, ao menos em nível nacional, justificar sua posição. Parece que seu reconhecimento se deve mais ao demérito de seus colegas do que a méritos próprios.
Entre dois senadores fortemente ideológicos e outro que, pela proximidade com o governo federal, aprimora suas chances de resultados práticos para o estado, foi Confúcio Moura que o DIAP resolveu condecorar. Em resumo, em terra de cego, quem tem um olho é rei.
Os “Cabeças” do Congresso Nacional são, na definição do DIAP, aqueles parlamentares que se diferenciam dos demais pelo exercício de várias qualidades e habilidades. A 31ª edição do levantamento considera apenas os parlamentares que estavam no efetivo exercício do mandato no período de avaliação, destacando-se por sua capacidade de conduzir debates, negociações, votações e articulações.
Dos 100 parlamentares mais influentes de 2024, 69 são deputados e 31 são senadores, com 24% de novos nomes em relação à edição de 2023. Além dos “Cabeças”, o DIAP também identifica 50 parlamentares em “ascensão”, que, mesmo não fazendo parte do grupo dos 100 mais influentes, têm recebido missões partidárias importantes. Entre esses 50 aparece, também de Rondônia, o deputado federal Fernando Máximo, do União Brasil.
Por: Rondoniadinamica