Você já ouviu falar no La Niña? Trata-se de um fenômeno meteorológico que está prestes a retornar ao planeta. Entre os seus impactos mais conhecidos está justamente um frio intenso, que ocorre por causa de um resfriamento nas temperaturas em várias regiões do mundo.
O fenômeno, portanto, tende a ser bem diferente daquele que vivemos nos últimos meses, com o El Niño. No ano passado, por exemplo, várias regiões do país tiveram que enfrentar sucessivas ondas de calor intenso, com recorde de temperaturas sendo quebrados em diversas capitais.
“O fenômeno El Niño 2023/24, que contribuiu para alimentar o aumento das temperaturas globais e das condições meteorológicas extremas em todo o mundo, mostra sinais de que está chegando ao fim. É provável que aconteça um retorno às condições de ‘La Niña’ ainda este ano”, indica a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Qual o tamanho do frio
Que o La Niña vai provocar um resfriamento nas temperaturas, todo mundo já sabe. Especialistas agora tentam descobrir qual é o tamanho do frio que se aproxima. Hoje, a avaliação geral dos meteorologistas, é de que muito provavelmente a temperatura vai cair mais do que se imagina.
“O fim do ‘El Niño’ não significa uma pausa na mudança climática a longo prazo, pois o nosso planeta continuará aquecendo devido aos gases do efeito de estufa que retêm o calor”, disse Ko Barrett, vice-secretária-geral da OMM.
“Nossas condições meteorológicas continuarão sendo mais extremas devido ao calor e umidade adicionais em nossa atmosfera”, afirma Ko Barrett.
“Por isso, a iniciativa Alertas Prévios para Todos continua sendo a prioridade absoluta da OMM”, acrescentou.
Quando chega o La Niña?
A Agência climática dos Estados Unidos revelou recentemente que o La Niña tem 85% de chances de acontecer apenas no segundo semestre deste ano, mais precisamente entre os meses de outubro e dezembro. Caso a projeção se confirme, teremos que esperar mais alguns meses por este fenômeno.
Tradicionalmente, o La Niña é conhecido por reduzir a quantidade de chuvas no sul do Brasil, ao mesmo passo em que aumenta no norte.
Segundo projeções da Agência Nacional de Meteorologia, entre os meses de abril, maio e junho – entre o El Niño e a La Niña – o norte, o nordeste e boa parte do centro-oeste devem ter chuvas abaixo da média. O sudeste deve ter chuvas próximas ou abaixo da média.
Tanto no caso do El Niño, como também no caso do La Niña, não há uma previsão de tempo de duração. Eles podem durar apenas alguns meses, ou podem perdurar por anos. Fato é que o cidadão precisa se preparar para se proteger dos efeitos de cada um desses fenômenos.
Fenômenos climáticos no Brasil
O Brasil é um dos exemplos mais claros de impacto das mudanças climáticas neste momento. Nos últimos meses, vários estados sofreram com a ocorrência de muita chuva. Além disso, outras unidades da federação também sofreram com os longos períodos de estiagem.
O Rio Grande do Sul, por exemplo, é o caso mais recente. Dados mais atualizados da Defesa Civil indicam que 160 pessoas morreram em decorrência das fortes chuvas. Neste momento, mesmo depois de um mês do início das chuvas, milhares de gaúchos seguem desalojados ou desabrigados.
Esta não foi a primeira vez que o Rio Grande do Sul passou por um desastre natural. Ainda no ano passado, outras dezenas de gaúchos perderam tudo em decorrência das chuvas e dos ciclones que atingiram esta unidade da federação.